terça-feira, 11 de março de 2008

O homem e sua relação de dependência com os deuses

O filme Odisséia com direção de Andrei konchalovky e formado por um elenco internacional de estrelas como Armand Assant, Greta Scacchi, Isabella Rosellini, Eric Roberts, Geraldine Chaplin, entre outros, retrata o retorno do guerreiro e rei de Ítaca, Odisseu (Ulisses, segundo a tradição latina), que enfrenta a fúria dos deuses, em especial de Posêidon (Deus dos mares), após tê-lo desafiado e menosprezado sua ajuda divina na Guerra de Tróia; atribuindo os méritos e glórias a ele próprio e a sua razão por ter criado o Cavalo de Tróia. O maior desejo de Odisseu era voltar para os braços de seus dois amores: Penélope (sua esposa) e Telêmaco (seu filho que deixara quando acabara de nascer). Este filme com cerca de três horas de duração é uma adaptação do poema clássico A Odisséia, atribuído a Homero. São muitas as interpretações que podem ser feitas a partir desse retrato da civilização grega, todavia, abordaremos alguns aspectos bem sugestivos para nossa reflexão. Tanto a Ilíade como a Odisséia compõem histórias fantásticas descritas por Homero da mitologia grega. Em geral nos colocam em contato com incríveis aventuras no plano imaginário e irreal, que revelam os mais profundos anseios do ser humano. O grande herói Odisseu leva consigo nossas qualidades e limitações. Se por um lado é orgulhoso, por outro é dissimulado, obstinado e teimoso, deseja a paz mas luta na guerra, se seu amor é completamente fiel à Penélope, ao mesmo tempo “a carne é fraca” por ceder as tentações da beleza e do prazer concedido pelas deusas que encontra em seu caminho no retorno para Ítaca. Enfim, este é o tempo em que o homem se encontra no centro de sua existência, diante do dilema de seus sentimentos e das mazelas humanas, sem a ajuda e o apoio de forças sobrenaturais, isto é, dos deuses, ele não é nada, apenas um “reles mortal”. Por isso, tanto a obra quanto o filme são bons momentos para pensar e conhecer um pouco dos nossos antepassados que influenciam até hoje nosso modo de conceber o mundo.

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