quinta-feira, 13 de março de 2008

A cidadania como "Virtude de um Imperador e a Coragem de um Gladiador"

O filme O Gladiador, mostra a história de um general romano, Maximus, o mais destemido e íntimo do imperador Marco Aurélio que lhe tinha grande afeto. Aquele prepara o exército romano para impedir a invasão dos bárbaros. Marco Aurélio é considerado como um dos cinco melhores imperadores, seus ideais remontam ao principio de virtude e retidão dos gregos. No filme, a trama acontece quando Marco Aurélio, já ciente de sua morte, quer passar o comando do império para o general Maximus. No entanto, seu filho Cômodus que possuía um egocentrismo exacerbado, fica sabendo do desejo de seu pai que o revelara. Mas não aceitando tal decisão, revolta-se; e o modo que encontra para alcançar seus objetivos é matar seu próprio pai para ter direito a sucessão do trono. E é isso que ele faz. Durante seu governo, Cômodus, ordenou a seus fiéis subordinados para que matassem Maximus, sua esposa e seu filho. Contudo, ele conseguiu escapar da morte. Mas, torna-se escravo e gladiador, travando batalhas sangrentas no Coliseu, que era a nova forma de divertimento dos romanos. Determinado a vingar o assassinato de sua mulher, de seu filho e de Marco Aurélio, decide ganhar a simpatia e a admiração da platéia. Ele sabia que o controle da multidão afrontaria à Cômudus e isto era necessário para que ele pudesse executar sua vingança. Embora o imperador tenha descoberto toda a conspiração que o cercava, inclusive a traição de sua irmã, mesmo assim foi inevitável, porque, quando entrou na arena do Coliseu para acabar com todo aquele tropeço que representava Maximus para o seu governo, foi morto por ele no combate. Toda essa trama relacionada às Meditações de Marco Aurélio revelam o principio de uma vida bem vivida, pautada por valores morais para se alcançar a felicidade. Marco Aurélio foi influenciado e adepto da filosofia estóica e por isso conhecido como “O Imperador Filósofo”. Durante o período de seu império governou com equidade e temperança. Maximus foi um homem extraordinário, dotado de fidelidade à sua pátria e princípios éticos inquestionáveis. Em toda essa história podemos ressaltar alguns aspectos importantes sobre um governo político. É possível perceber que a política de “pão e circo” é muito antiga, mas perdura até hoje em nossa sociedade. Torna-se muito vantajoso para os governantes que o povo esteja ausente e não participe de forma consciente das decisões do Estado. O poder é símbolo de superioridade, como se fosse um deus todo-poderoso e imortal. No entanto, nos esquecemos dos verdadeiros valores que devem nortear a existência humana. Se estamos vivenciando em nossa atualidade seríssimos problemas na administração pública é devido não só a um desvio de conduta, mas a falta de uma educação voltada para o pensar do seu próprio agir. Nesse caso, não podemos relativizar os valores e simplesmente ignorá-los, é preciso com certeza discuti-los e colocá-los como foco inprescindível para o existir humano, pois, sabemos das nossas limitações e imperfeições, e por isso mesmo, os princípios éticos e morais se tornam indispensáveis para todo e qualquer indivíduo. A política está para o homem, a serviço do crescimento integral de suas potencialidades. "O homem é por natureza um animal político", assim disse Aristóteles, e se isso for uma proposicão verdadeira e necessária, então, é preciso repensar o nosso modo de agir na sociedade, exercendo nossas responsabilidades como cidadãos conscientes.

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